segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sindrome do Túnel do Carpo – Tratamento Osteopático


O síndrome do canal ou túnel cárpico significa uma compressão do nervo mediano ao nivel do canal cárpico, no punho, um canal osteo-fibroso formado pelos ossos do carpo e pelo ligamento transverso do carpo. É talvez a causa de compressão neuropática mais frequente na prática clínica médica e um pouco menos frequente na clínica Osteopática, mas ainda assim relevante.




O nervo mediano é um nervo misto, isto é, dá informação motora a alguns músculos da eminência tenar e intrínsecos da mão, assim como, informação sensitiva da região palmar da mão, da face palmar dos 3 primeiros dedos e metade do 4º e da face dorsal dos 4 primeiros dedos. Para além do nervo mediano, passam no canal cárpico os tendões dos músculos flexores dos dedos, sendo que as tenossinovites a este nível, no quadro das doenças reumáticas, sejam a causa mais conhecida do síndrome. Estas lesões, das baínhas e cápsulas articulares, são com frequência decorrentes de doenças reumatológicas como o Lúpus, a Gota Úrica e a Artrite Reumatóide, da qual o síndrome do canal cárpico pode ser uma manifestação inicial(as articulações precocemente envolvidas na AR, são as metacarpo-falângicas proximais do 2º e 3º dedos). Para além da doenças reumatológicas como possível causa do síndrome do túnel cárpico, há que incluir outras condições clínicas endócrino-metabólicas, como a diabetes, o hipotiroidismo, a amiloidose, a insuficiência renal, a acromegália e factores vocacionais/traumáticos como a fractura do punho, actividades profissionais/ atléticas com movimentos repetitivos de hiper-extensão, hiper-flexão do punho, exposição ao frio ou vibração e outros. Afecta mais as mulheres entre os 40 e 60 anos de idade, mas no homem os factores traumáticos são mais relevantes.


A clínica inicia-se com dores e parestesias nocturnas, no território do nervo mediano (face palmar da mão e 3 primeiros dedos, com dor na eminência tenar e interfalângicas distais do 2º e 3º dedos e, interfalângica próximal do 1º dedo), sendo por vezes mais difusas com irradiação ascendente (face ventral do antebraço) e associadas a movimentos. Numa fase mais tardia pode haver diminuição da força, principalmente em movimentos de precisão ou pega e posteriormente atrofia muscular. O paciente queixa-se muitas vezes de "sensação de inchaço" nos dedos e dor no pulso.





O exame neurológico é indicador de diagnóstico, tendo o Osteopata que ter um conhecimento profundo de neurofisiologia, anatomia e experiência clínica para o fazer, aliás, como o faz com todos os pacientes com sintomas de neuropatia. Os estudos de electrocondução nervosa sensitiva e a electromiografia são os meios de diagnóstico mais importantes e devem ser feitos se houver suspeita de patologia reumatológica ou se o paciente não responder à terapêutica.

O tratamento Osteopático utiliza técnicas de relaxamento directo para abrir o espaço dentro do canal cárpico, técnicas miofasciais para libertar os tecidos moles de todo o membro superior, técnicas que mobilizam a coluna cervical e tecidos adjacentes para permitir um melhor fluxo nervoso do plexo braquial (conjunto de nervos que saem da cervical para o membro superior), técnicas de mobilação da coluna toráxica e costelas para reduzir o fluxo simpático, aumentar o fluxo arterial e reduzir a congestão linfática.




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